A
Batalha de Cambrai ou, na sua forma portuguesa,
de Cambraia (20 de Novembro – 7 de Dezembro de 1917) foi uma campanha
britânica da
Primeira Guerra Mundial.
Cambrai, no
Nord département (
Nord-Pas-de-Calais), era um local de abastecimento essencial para a
Siegfried Stellung (uma posição alemã parte da
Linha Hindenburg), e a proximidade do cume de Bourlon seria uma excelente conquista a partir da qual os britânicos poderiam ameaçar a retaguarda da linha alemã a norte. A operação iria incluir uma acção experimental de artilharia. O Major-General
Tudor, Comandante da Real Artilharia da 9.ª Divisão Escocesa, sugeriu a utilização de novas técnicas de artilharia e infantaria neste sector da frente. Durante os preparativos, J. F. C. Fuller, ofical do
Royal Tank Corps (RTC), procurava um local para utilizar tanques como unidade de ataque. O General Julian Byng, comandante do 3.º Exército Britânico, decidiu incorporá-los no grupo de ataque.
Esta batalha, é por vezes, apontada como a primeira a usar os tanques em massa em conjunto com outros ramos das forças armadas. Contudo, os franceses já tinham utilizado estes veículos em Abril (mais de 130), Maio (48) e Outubro (92) de 1917, e os britânicos mais de 200 na
Flandres em Junho e Julho. Apesar do sucesso inicial do tanque Mark IV em Cambrai, a artilharia e a infantaria de defesa alemãs, revelaram as fragilidades dos blindados, e os veículos acabaram por ir ficando inoperacionais depois do primeiro dia. A batalha foi, essencialmente, um combate entre artilharia e infantaria que causou surpresa e superioridade técnica contra fortes fortificações, mas fraca artilharia e infantaria alemãs, que foram rapidamente. O ataque britânico demonstrou que a Linha Hindenburg podia ser ultrapassada e mostrou o valor dos novos métodos de artilharia e infantaria, como a detecção das forças inimigas pela análise do som dos disparos e tácticas de infiltração, que mais tarde teriam um papel vital durante a
Ofensiva dos Cem Dias.
A percepção popular que esta tinha sido uma batalha com tanques foi, em grande parte, o resultado de várias descrições feitas por historiadores influentes como
Basil Liddell Hart e J. F. C. Fuller. Liddell Hart, cuja situação como correspondente militar dos jornais
Daily Telegraph e
The Times (1925–1939) lhe deu uma grande influência junto do público, era um crítico de
Douglas Haig e tentou usar esta batalha para indicar que tinha havido a utilização de uma "nova" forma de doutrina. Vários estudos actuais rejeitaram as suas versões dos acontecimentos, e preferiram uma aproximação à
História Ofical Britânica.