A
cristalografia de raios X é uma técnica que consiste em fazer passar um
feixe de
raios X, uma forma de radiação eletromagnética, através de um
cristal da
substância sujeita ao estudo. O feixe se difunde em várias direções devido à simetria do agrupamento de
átomos e, por
difração, dá lugar a um padrão de intensidades que pode interpretar-se segundo a distribuição dos átomos no cristal, aplicando a
lei de Bragg, extraindo assim numerosas informações sobre a estrutura atômica e molecular. Os raios X são usados para tal fim porque tem comprimento de onda de 1 a 100 angstrons, ou seja, da mesma ordem de grandeza das distâncias interatômicas, gerando, portanto, difrações significantes.
É uma das técnicas que goza de maior prestígio na comunidade científica para estudar estruturas cristalinas, devido a sua precisão e à experiência acumulada durante décadas, elementos que lhe fazem muito confiável. Suas maiores limitações se devem à necessidade de trabalhar com sistemas cristalinos, pelo que não é aplicável a
dissoluções, a
sistemas biológicos in vivo, a sistemas
amorfos o aos
gases.Porém, como muitos materias podem cristalizar-se, tais como sais, metais, minerais, semicondutores, além de inorgânicos, orgânicos e biológicos, a Cristalografia de raios X tem tido um papel fundamental no desenvolvimento de várias áreas científicas, tais como determinar os comprimentos e tipos de ligações químicas e analisar as diferenças em escala atômica entre os diversos materiais, especialmente minerais e ligas. O método também revelou a estrutura e a função de muitas moléculas biológicas, incluindo vitaminas, drogas, proteínas e ácidos nucleicos como o DNA, bem como desempenhou um papel essencial na descrição da dupla hélice de
ADN.(
Ver também: Rosalind Franklin,
James D. Watson,
Francis Crick). Assim, conhecendo as configurações dessas estruturas, torna-se possível o desenvolvimento de novas tecnologias, como vacinas e medicamentos.
É possível trabalhar com
monocristais ou com pó monocristalino, conseguindo-se diferentes dados em ambos os casos. Para a resolução dos parâmetros da
célula unitária pode ser suficiente a difração de raios X em pó, ainda que para uma elucidação precisa das posições atômicas seja conveniente a difração de raios X em monocristal.