O processo sucessório paulista teve início com a cassação do governador Ademar de Barros em 6 de junho de 1966 por decisão do presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. Com os direitos políticos suspensos por dez anos, Ademar de Barros emitiu nota lamentando o fato e deixou o Palácio dos Bandeirantes. Pouco tempo depois, a Assembleia Legislativa de São Paulo reuniu-se para dar posse ao vice-governador Laudo Natel. Natural de São Manuel (SP), ele é formado em economia na Universidade de São Paulo, trabalhou no Banco Noroeste e no Bradesco e foi tesoureiro do São Paulo Futebol Clube antes de ser eleito vice-governador pelo PR em 1962. Seu mandato como governador durou cerca de oito meses até transmitir o cargo a Roberto de Abreu Sodré. Quanto a Ademar de Barros, este faleceu em Paris em 1969 deixando seu capital político remanescente a Ademar de Barros Filho, químico e empresário detentor de seis mandatos de deputado federal e que, durante o bipartidarismo, trocou o MDB pela ARENA.

Natural da cidade de São Paulo, o governador Abreu Sodré formou-se advogado na Universidade de São Paulo em 1942. Fundador da UDN, foi secretário-geral do diretório paulista e nessa legenda foi eleito deputado estadual nos anos de 1950, 1954 e 1958, até que subiu à presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo em 1961. Derrotado por Ademar de Barros na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes em 1962, foi simpático à deposição do presidente João Goulart e ao Regime Militar de 1964 que agora lhe confere o governo do estado de São Paulo na legenda da ARENA. A Assembleia Legislativa de São Paulo não escolhia um governador por via indireta desde 1937 com a vitória de José Joaquim Cardoso de Melo Neto. Para vice-governador foi eleito Hilário Torloni, ora no exercício do quinto mandato consecutivo de deputado estadual.