A
escultura da Roma Antiga foi uma das mais importantes expressões artísticas dos
antigos romanos. Desenvolveu-se em toda a área de influência romana, tendo seu foco disseminador na
capital, num período que vai do ao . A
tradição grega de
escultura permaneceu uma referência constante ao longo de toda a trajetória da arte escultórica em
Roma, recebendo influência primeiro através da
escultura etrusca, fortemente devedora dos gregos do
período arcaico, e a partir do
período helenístico o contato passou a ser direto e ainda mais intenso e fecundo. Mas contradizendo uma antiga e generalizada opinião de que os romanos foram apenas meros copistas, hoje se reconhece que foram capazes não só de assimilar e elaborar suas fontes com maestria, mas também de dar importante contribuição original a essa tradição, visível em especial na
retratística, gênero que gozou de prestígio singular e deixou exemplos de suma perícia técnica e elevada expressividade, e na escultura decorativa dos grandes monumentos públicos, onde se desenvolveu um estilo narrativo de grande força e caráter tipicamente romano.
Depois da consolidação do
império, outras influências estrangeiras, mormente orientais, determinaram um lento mas progressivo afastamento do cânone grego em direção a uma simplificação formal de tendência abstrata, que estabeleceu as bases da
arte bizantina,
paleocristã e
medieval. Esse processo, não obstante, foi entremeado de diversos períodos de revivescência classicista, que além de fortalecerem o elo simbólico com o passado foram úteis na manutenção da coesão política e cultural do vasto território. Nem mesmo a
cristianização do império pôde determinar a exclusão das referências clássico-pagãs da escultura romana, e no , quando a unidade política se rompe definitivamente, modelos clássicos ainda continuavam sendo emulados, embora adaptando-se aos temas próprios da nova ordem social, política e religiosa que se instaurava.
Mesmo que este resumo tente se manter em uma cronologia mais ou menos ordenada e procure estabelecer a especificidade de cada fase, o estudo da escultura romana tem-se provado um desafio para os pesquisadores, pois sua evolução foi tudo menos linear e lógica. Apesar das divergências entre os estudiosos sobre muitos pontos, já se tem uma ideia mais ou menos clara sobre as características gerais de cada etapa, mas o modo como elas evoluíram e como se transformaram de uma para outra evidenciou ser um processo muito complexo que ainda está longe de ser bem compreendido. Uma duradoura inclinação para o
historicismo e o
ecletismo, ainda mais pronunciada do que a que se observou na
escultura helenística, junto com a presença de estilos bem diferenciados na escultura produzida num mesmo momento histórico para as diferentes classes sociais, e mesmo dentro de uma única classe, atendendo a necessidades de cada tema e situação, tornam o assunto ainda mais intrincado.