A
Irlanda do Sul foi uma entidade autónoma situada na
Irlanda e prevista na
Acta de Governo da Irlanda (1920). Este documento, também conhecido por
Fourth Home Rule Act visava encontrar uma solução para o problema que tinha dividido a sociedade irlandesa desde a
década de 1880, nomeadamente os conflitos entre unionistas e nacionalistas.
A Acta de governo dividiu a ilha da
Irlanda em duas partes:
Irlanda do Norte (com uma extensão de aproximadamente 15% da ilha, no nordeste) e Irlanda do Sul. Ambas as regiões tinham parlamentos
bicameralistas e
executivos separados. Ambos os estados estavam unidos por um
Lord Lieutenant, que era o representante do Rei, e fonte do poder executivo dos dois estados, e o Conselho da Irlanda, que os ingleses haviam prometido aos
nacionalistas que seria o embrião de um parlamento panirlandês.
Na realidade, enquanto que a Irlanda do Norte se converteu numa entidade plenamente funcional, com um parlamento e um executivo que existiram até 1972, a Irlanda do Sul nunca foi uma realidade. O parlamento previsto foi boicotado pelos parlamentares do
Sinn Féin, que em 1918 haviam instituído um parlamento paralelo à margem da Acta de 1920 (a
Dáil Éireann ou Assembleia da Irlanda). Em 1921, na votação para a constituição do Parlamento de Irlanda do Sul, o Sinn Féin conseguiu 124 dos 128 lugares do parlamento. Em Junho de 1921, quando oficialmente começavam as sessões do parlamento, apenas se apresentaram os 4 representantes que conseguiram os
unionistas e alguns senadores designados por Inglaterra. Por isso, o parlamento sul-irlandês nunca se constituiu formalmente.