José Lins do Rego Cavalcanti (
Pilar, —
Rio de Janeiro, ) foi um
escritor brasileiro que, ao lado de
Graciliano Ramos,
Érico Veríssimo,
Rachel de Queiroz e
Jorge Amado, figura como um dos
romancistas regionalistas mais prestigiosos da
literatura nacional. Segundo
Otto Maria Carpeaux, José Lins era "o último dos contadores de histórias." Seu romance de estreia,
Menino de Engenho (1932), foi publicado com dificuldade, todavia logo foi elogiado pela crítica.
José Lins escreveu cinco livros a que nomeou "Ciclo da
cana-de-açúcar", numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do
engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos
nostálgico e mais
realista pelo autor:
Menino de Engenho,
Doidinho (1933),
Bangüê (1934),
O Moleque Ricardo (1935), e
Usina (1936). Sua obra regionalista, contudo, não se encaixa somente na denúncia sócio-política, mas, como afirmou
Manuel Cavalcanti Proença, igualmente em sua "sensibilidade à flor da pele, na sinceridade diante da vida, na autenticidade que o caracterizavam."
José Lins nasceu na
Paraíba; seus antepassados, que eram em grande parte
senhores de engenho, legaram ao garoto a riqueza do engenho de açúcar que lhe ocupou toda a infância. Seu contato com o mundo
rural do
Nordeste lhe deu a oportunidade de, nostalgicamente e criticamente, relatar suas experiências através das personagens de seus primeiros romances. Lins era ativo nos meios intelectuais. Ao matricular-se em 1920 na
Faculdade de Direito do Recife ampliou seus contatos com o meio literário de
Pernambuco, tornando-se amigo de
José Américo de Almeida (autor de
A Bagaceira). Em 1926, partiu para o
Maceió, onde se reunia com
Graciliano Ramos,
Rachel de Queiroz,
Aurélio Buarque de Holanda e
Jorge de Lima. Quando partiu para o
Rio de Janeiro, em 1935, conquistou ainda mais a crítica e colaborou para a
imprensa, escrevendo para os
Diários Associados e
O Globo.