A viagem começou em
Nova Iorque, em novembro de
1922, e terminou no
Rio de Janeiro, em fevereiro de
1923, após terem sido cobertos os 5678 quilômetros do percurso com cem horas de voo a cada instante interrompidos pelos mais variados problemas, e primeiro pouso em águas brasileiras ocorreu no dia
17 de novembro de
1922, quando Martins e seus colegas americanos aterrissaram na foz do rio Cunani.
O episódio foi posteriormente narrado pelo próprio Pinto Martins a um repórter do Jornal "O Estado do Pará":
"Quando levantamos vôo de
Caiena encontramos forte temporal pela proa. Rompemos o mau tempo com dificuldade, mas tivemos de procurar abrigo. Tomei a direção do aparelho (ele era co-piloto) e depois de reconhecer o rio Cunani aí descemos às 3,30 horas. O tempo, lá fora, era impetuoso e ameaçador. Não nos foi possível prosseguir e passamos a noite matando mosquitos e com bastante fome, pois não contávamos interromper a rota…" Essa e outras aventuras tornaram a viagem Nova Iorque - Rio de Janeiro uma terrível aventura de obstáculos, só superados pela coragem dos tripulantes. Martins foi recebido pelo presidente
Artur Bernardes e recebeu um prêmio de 200 contos de
réis. Viajou à
Europa, voltou ao Rio e iniciou negociações para explorar
petróleo. Foi quando ocorreu sua morte brutal, no dia
12 de abril de
1924. Até hoje o episódio não está bem explicado, mas
Monteiro Lobato, em seu livro "Escândalo do
Petróleo e do
Ferro", sustenta que Martins foi vítima dos poderosos lobbies interessados em atrasar o desenvolvimento brasileiro.