A expressão
Trinta Gloriosos (em francês,
Trente Glorieuses ) ou
Trinta Anos Gloriosos designa os 30 anos (de
1945 a
1975) que se seguiram ao final da
Segunda Guerra Mundial, um período de forte crescimento econonômico que se verificou na grande maioria dos países desenvolvidos - em sua maior parte membros da
OCDE. O nome foi usado pela primeira vez pelo demógrafo francês
Jean Fourastié, que cunhou o termo em 1979, com a publicação de seu livro
Les Trente Glorieuses ou la révolution invisible de 1946 à 1975 ("Os Trinta Gloriosos ou a Revolução Invisível 1946-1975"). A expressão é derivada dos
Trois Glorieuses ("Três Dias Gloriosos"), os três dias da chamada Revolução de Julho (27 a 29 de julho 1830), quando o povo de Paris e as sociedades secretas republicanas se insurgiram contra
Carlos X, provocando a sua abdicação e o fim do período conhecido como
Restauração Francesa.
Segundo o autor, durante esses Trinta Anos Gloriosos ocorre uma verdadeira revolução, que, apesar de silenciosa, trouxe grandes transformações econômicas e sociais que marcaram a passagem da
Europa, quarenta anos depois dos
Estados Unidos, à
sociedade de consumo. O caso da França é particularmente explicativo do subtítulo do livro de Fourastié (a
Revolução Invisível), mas o
crescimento da Alemanha, da Itália, do Canadá e do Japão é também notável, tendo sido impulsionado tanto pelo
investimento como pelo
consumo. Essas décadas de prosperidade econômica combinaram alta
produtividade com altos
salários da classe média e alto consumo, também foram caracterizados por um sistema altamente desenvolvido de benefícios sociais.
O padrão de vida francês, que se havia deteriorado pelas duas
Guerras Mundiais, tornou-se um dos mais altos do mundo. A população também se tornou muito mais urbanizada; muitos
departamentos rurais experimentaram um declínio da população, enquanto as maiores áreas metropolitanas cresceram consideravelmente, em especial a de
Paris. A propriedade de aparelhos domésticos e a qualidade dos imóveis residenciais aumentou consideravelmente, enquanto os salários da classe trabalhadora francesa aumentaram significativamente com a economia tornando-se mais próspera. Como observado pelos historiadores Jean Blondel e Geoffrey Donald Charlton, em 1974.