A
acidificação oceânica é a designação dada à diminuição do
pH nos oceanos, significando aumento da
acidez, causada pelo aumento do
gás carbônico atmosférico (dióxido de carbono, CO
2), que se dissolve na água alterando o seu equilíbrio químico. Desde o início da
Revolução Industrial, quando as emissões de carbono iniciaram uma rápida escalada, o pH da superfície
oceânica diminuíu cerca de 0,1 na
escala logarítmica do pH. Embora essa diferença pareça pequena pelo tipo de escala utilizada, representa um aumento de cerca de 10% na concentração de
íons hidrogênio
H+, os responsáveis diretos pela acidificação.
A elevação dos níveis de CO
2 na atmosfera tem origem nas atividades humanas, principalmente na queima de
combustíveis fósseis (
petróleo,
gás natural,
carvão mineral,
betume e outros), mas também no
desmatamento, em alguns processos industriais e em outras fontes menores. Está diretamente associada ao
aquecimento global, cujas causas principais são as mesmas e cujos efeitos se reforçam mutuamente. A elevação da concentração do gás e a consequente modificação do pH dos oceanos desencadeia importantes consequências negativas para a vida marinha e, por extensão, para a sociedade, uma vez que grande parte dos alimentos para consumo humano têm sua origem na
biodiversidade marinha. Além disso, a acidificação prejudica outras atividades humanas como o turismo e a
aquacultura, favorece a proliferação de
espécies invasoras, e age em
sinergia com outras agressões aos mares, como a
poluição, o
aquecimento das águas e a pesca predatória, multiplicando e agravando os impactos negativos.