Os
diálogos de Platão representam a filosofia platônica na sua forma escrita. Ao contrário de seus predecessores
pré-socráticos (que escreveram ora em
poesia, ora em
prosa) e de seu mestre
Sócrates (que, deliberadamente, não deixou nenhum escrito),
Platão confiou ao
diálogo a expressão e transmissão de sua filosofia. O diálogo platônico tem sua origem na
dialética socrática e visa reproduzi-la.
Trinta e cinco diálogos e treze cartas são tradicionalmente atribuídas a Platão. No entanto, é tema de controvérsia e discussão tanto a autenticidade quanto a cronologia dos diálogos. Já na
Antiguidade circulavam textos sabidamente apócrifos com o nome de Platão.Também não há acordo a respeito da autenticidade das cartas. Estas obras também foram publicadas em diversas épocas, e das mais variadas maneiras, o que levou a diferentes convenções no que diz respeito à nomenclatura e referenciação dos textos.
A organização clássica da obra platônica em tetralogias deve-se ao gramático
alexandrino Trasilo de Mendes (que também organizou as obras de
Demócrito de Abdera do mesmo modo). As tetralogias dos diálogos platônicos organizados por Trasilo tem a seguinte disposição, onde as obras assinaladas com
(*) tem autenticidade duvidosa e as obras assinaladas com
(**) são consideradas apócrifas:
- I. Eutífron · Apologia de Sócrates (monólogo) · Críton · Fédon
- II. Crátilo · Teeteto · Sofista · Político
- III. Parmênides · Filebo · O Banquete · Fedro
- IV. Primeiro Alcibíades (*) · Segundo Alcibíades (**) · Hiparco (**) · Amantes rivais (**)
- V. Teages (**) · Cármides · Laques · Lísis
- VI. Eutidemo · Protágoras · Górgias · Mênon
- VII. Hípias maior (*) · Hípias menor · Íon · Menexêno
- VIII. Clitofon (*) · A República · Timeu · Crítias
- IX. Minos (**) · Leis · Epínomis (**) · Epístolas (*)