Em
paleontologia, dá-se o nome de
forma ou
fóssil de transição a um organismo, conhecido apenas do
registo fóssil, que combina características dos seus descendentes e antecessores evolutivos. Estes fósseis são conhecidos popularmente como
"elos perdidos" da
evolução, embora o termo seja pouco preciso em termos científicos, uma vez que a evolução das espécies é mais complexa que uma simples cadeia onde há um elo em falta. De fato, a grande maioria dos fósseis de transição não é antecessora direta de formas atuais. Tendo em conta que a evolução das espécies é um processo contínuo, todos os organismos vivos num dado momento representam formas transicionais, mas algumas são particularmente importantes para perceber a relação
filogenética entre grupos distintos.
A existência de formas de transição foi posta pela primeira vez por
Charles Darwin no seu livro
"A Origem das Espécies", publicado numa altura em que a paleontologia dava os seus primeiros passos enquanto ciência. A ausência de fósseis de transição conhecidos era um grande obstáculo à teoria da evolução, reconhecido pelo próprio Darwin. Dois anos mais tarde, porém, foram descobertos fósseis de
Archaeopteryx, numa
formação geológica alemã, que combinavam as penas e asas de
aves com mandíbulas e cauda de
réptil. Nas décadas seguintes, a existência de fósseis de transição foi confirmada por mais descobertas, em particular pelos estudos do paleontólogo
Othniel Charles Marsh, que reconstruiu a evolução dos
equídeos com base em várias formas transicionais.
No entanto, de acordo com Simon Conway-Morris (
Universidade de Cambridge), o resultado líquido está muito longe de um tapete perfeito de forma que permitiria que um investigador lesse a Árvore da Vida, simplesmente por encontrar os intermediários - vivos e extintos - que, em princípio, conectam todas as espécies.