O
tupi ou
tupi antigo era a língua falada pelos povos
tupis que habitavam o litoral do
Brasil no século XVI (
tupinambás,
tupiniquins,
caetés,
tamoios,
potiguaras,
temiminós,
tabajaras etc.). Foi aprendida pelos colonizadores portugueses que aí aportaram a partir desse século e, por intermédio deles e de seus descendentes mestiços (como, por exemplo, os
bandeirantes), se tornou o idioma mais usado não só no litoral, mas em todo o atual território brasileiro durante os séculos XVI e XVII. Possui vários documentos que comprovam sua existência, sendo o padre
jesuíta José de Anchieta considerado como seu primeiro gramático (foram os jesuítas que criaram a representação escrita da língua, a qual era, até então, exclusivamente oral). Anchieta não foi, porém, o primeiro jesuíta a aprender a língua nativa: o padre basco
João de Azpilcueta Navarro compôs os primeiros hinos religiosos em suas pregações aos indígenas .
Nos séculos XVI e XVII, era chamado pelos portugueses de
língua brasílica por ser o idioma mais usado no Brasil (o termo "língua tupi" somente se generalizou a partir do século XIX). Os europeus que iam viver no Brasil, bem como os
escravos africanos que eram trazidos para o país, a aprendiam e a falavam no seu dia a dia, usando o português apenas na suas relações com a Coroa Portuguesa. Teve sua
gramática estudada pelos
jesuítas (os quais a utilizavam como instrumento de
catequese). Deixou de ser falada no final do século 17, quando foi suplantada pela
língua geral.
Com a proibição da língua pelo
Marquês de Pombal em 1758, o tupi deixou de ser a língua mais falada no Brasil, sendo substituída pelo português. É considerada, atualmente, uma
língua morta. Sua descendente paulista, a
língua geral paulista, continuou, no entanto, a ser falada no interior do atual estado de São Paulo até o início do século 20 e a sua descendente amazônica, o
nheengatu, continua a ser falada até hoje no vale do
rio Negro, na
Amazônia. A língua tupi também continua presente no cotidiano dos brasileiros através de vários nomes tupis que se encontram na geografia brasileira e nas denominações de vários animais e plantas nativos do Brasil.