Maioria silenciosa é a designação pela qual ficou conhecida em
Portugal a iniciativa política de alguns sectores conservadores da sociedade portuguesa, civil e militar, que decidiram organizar uma manifestação, em
28 de Setembro de
1974, de apoio ao então
Presidente da República General
Spínola. A manifestação visava o reforço de posição política deste militar.
O Brigadeiro
Otelo Saraiva de Carvalho do
COPCON e o Ministro da Defesa
Mário Firmino Miguel reagem. O Ministro da Comunicação Social lê um comunicado do Governo Provisório na
Emissora Nacional, emitido de meia em meia hora. A manifestação é interditada pelo
MFA. Os partidos políticos de esquerda distribuem entretanto comunicados apelando “à vigilância popular” e denunciam as tentativas contra-revolucionárias dessa
minoria tenebrosa. São levantadas barricadas populares nos acessos a
Lisboa e noutras localidades. Durante a noite, grupos de militares tomam o lugar dos activistas civis. São detidas várias figuras políticas afectas ao velho regime, quadros da
Legião Portuguesa e alguns manifestantes.
António de Spínola tenta entretanto reforçar o poder da
Junta de Salvação Nacional, que comanda, e, em vão, estabelecer o estado de sítio. Em consequência disso, a Comissão Coordenadora do
MFA impõe-lhe a demissão dos três generais mais conservadores do grupo:
Galvão de Melo,
Manuel Diogo Neto e
Jaime Silvério Marques. Derrotado, Spínola demite-se a 30 de Setembro do cargo de
Presidente da República, sendo substituído pelo general
Costa Gomes. No seu discurso de renúncia, Spínola denuncia certas políticas do governo e prenuncia o caos, a anarquia e “novas formas de escravatura”.