Os
bantustões foram territórios reservados à população
negra na
África do Sul e na
Namíbia de acordo com sua
etnia pelo governo
racista sul-africano na segunda metade do século 20 (na época, a Namíbia era governada pela África do Sul) com a finalidade de criar um predomínio demográfico
branco na África do Sul, embora as primeiras medidas de segregação da população negra da África do Sul em reservas já tenham se iniciado no governo colonial inglês do século 19. Segundo o plano do governo sul-africano, toda a população negra do país seria deslocada para os bantustões e perderia a nacionalidade sul-africana, mas continuaria trabalhando na África do Sul.
Tal objetivo não foi atingido, pois grande parte da população negra continuou a morar na África do Sul nas periferias das grandes cidades, como nas chamadas
townships. Alguns bantustões foram declarados independentes pelo governo sul-africano, embora não tenham ganho reconhecimento internacional. Na prática, porém, os bantustões, com sua escassa infraestrutura econômica e seu território muitas vezes fragmentado, não passavam de
estados fantoches do governo sul-africano, que era responsável pela maior parte das
receitas dos bantustões sob a forma de
subsídios. Os bantustões namibianos foram extintos em 1990 com a proclamação da independência da Namíbia e a reincorporação dos territórios dos bantustões ao território namibiano. Os bantustões sul-africanos foram extintos e seus territórios reincorporados à África do Sul em 1994 com o fim do
apartheid no país.