O termo
cânone, no contexto de um
universo ficcional, refere-se ao conjunto de
romances,
histórias,
filmes e outros considerados genuínos ou oficialmente sancionados, bem como aos eventos,
personagens e cenários considerados como existentes dentro do universo ficcional. Para que um cenário pareça coerente e de modo a evitar problemas de
continuidade, especialmente em obras de
ficção que contêm partes múltiplas, os seus criadores e o público por vezes crêem útil definir o que "realmente ocorreu" naquele universo. Os elementos tidos como "canônicos" normalmente advêm da fonte ou autor original do universo ficcional, enquanto que os materiais "não-canônicos" (ou "apócrifos") vêm das adaptações,
spin-offs e outras fontes não oficiais, geralmente em outro tipo de mídia. O fenômeno da "
Fanfic" costuma ser apontado como exemplo de ficção não-canônica.
A palavra "cânone" foi empregada originalmente para designar os livros que a
Igreja Católica escolheu oficialmente para ser incluídos na
Bíblia (ver
Cânone bíblico). Por extensão, passou a significar a "bíblia" de um universo ficcional. Entretanto, a prática de definir um cânone dentro de um lugar fictício advém do conceito de cânone literário, isto é, uma coleção específica de obras consideradas como representativas do melhor de uma forma, gênero ou cultura específica.
O uso do termo "cânone" para descrever o grau de adesão de uma obra aos padrões de seu mundo fictício parece ter surgido entre os entusiastas das histórias de
Sherlock Holmes, como uma maneira de distinguir entre as obras originais de
Arthur Conan Doyle e as adaptações ou obras originais por outros autores que usavam os personagens e cenários do primeiro. Entretanto, o interesse e a controvérsia em torno do tema recrudesceu nas últimas décadas com os entusiastas de filmes e séries de televisão como
Star Wars e
Star Trek.