Hezbollah ou
Hizbollah (em
árabe: حزب الله,
transl. ḥizbu-'llāh(i), "
partido de
Deus") é uma organização com atuação
política e
paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no
Líbano. É uma força significativa na
política libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar
escolas,
hospitais e serviços
agriculturais para milhares de xiitas libaneses. Também tem controle no plantio de marijuana e na produção de haxixe no Vale Bekaa, na divisa com a Síria. É considerado um
movimento de resistência legítimo por grande parte do
mundo islâmico e
árabe. O grupo, no entanto, é considerado uma
organização terrorista pelos
Estados Unidos,
Argentina,
Israel,
Canadá e pelos
Países Baixos. O
Reino Unido colocou a sua ala militar na lista de organizações terroristas banidas no país, enquanto a
Austrália considera parte de sua estrutura militar, a Organização de Segurança Externa, uma organização terrorista. Em 2013, a
União Europeia adicionou o braço armado do Hezbollah a lista de organizações que considera como
terroristas, deixando de fora porém o partido político em si. [Ficheiro:Lebanese_insurgency.svg|miniaturadaimagem|direita|Situação atual do Líbano:
]]
O Hizbollah surgiu inicialmente como uma
milícia, em resposta à
invasão israelense do Líbano de
1982, também conhecida como
Operação Paz para a Galileia, e continuou a resistir contra a ocupação israelense do Líbano por toda a
Guerra Civil Libanesa. Seus líderes se inspiraram nas ideias do
aiatolá Khomeini, e suas forças foram treinadas e organizadas por um contingente da
Guarda Revolucionária Iraniana. O
manifesto de
1985 publicado pelo Hizbollah listava suas três metas principais como "colocar um fim a qualquer entidade
colonialista" no Líbano, levar os
Falangistas à justiça "pelos crimes que perpetraram", e estabelecer um
regime islâmico no país. Recentemente, no entanto, o Hizbollah vem fazendo poucas menções a respeito da fundação de um
Estado islâmico, e não tem mais feito alianças seguindo tendências religiosas. Os líderes do partido são responsáveis, no entanto, por diversas declarações pedindo pela destruição do
Estado de Israel, ao qual se referem como a "
entidade sionista", "construída sobre terras arrancadas das mãos de seus proprietários."
O partido, que começou apenas como uma pequena milícia, já se transformou numa organização que tem assentos no
parlamento libanês, uma
rádio e uma estação de televisão via satélite, além de diversos programas de
desenvolvimento social. O Hizbollah mantém um forte apoio entre a população xiita do Líbano, e conquistou algum apoio entre o resto da população do país, incluindo
sunitas,
drusos e
cristãos, na sequência da
Guerra do Líbano de 2006, e conseguiu mobilizar protestos de centenas de milhares de pessoas Juntamente com outros grupos políticos do país, o Hizbollah iniciou os protestos políticos do Líbano de 2006-2008, em oposição ao governo do primeiro-ministro
Fuad Siniora. Disputas posteriores envolvendo a manutenção pelo Hizbollah de sua rede de telecomunicações levaram a
disputas, e militantes da oposição, liderados pelo partido, tomaram o controle de diversos bairros de Beirute Ocidental, anteriormente ocupados por milicianos do Movimento do Futuro, leais a Siniora; as áreas foram entregues então ao exército libanês. Finalmente, com base no Acordo de Doha, o Hizbollah recebeu o poder de
veto no parlamento libanês; além disto, formou-se um governo de unidade nacional, no qual o partido tem um ministro, e controla onze dos trinta assentos existentes.
O Hizbollah recebe ajuda financeira do
Irã e da
Síria, além de doações de libaneses e de outros
xiitas pelo mundo. O partido também ganhou uma força militar significante nos últimos anos. Apesar de uma certificação de junho de 2008, pelas
Nações Unidas, de que Israel havia se retirado de todo o território libanês, em agosto daquele ano o novo gabinete de governo do Líbano aprovou uma proposta que assegura a existência do partido como uma organização armada, e garante o seu direito de "liberar ou recuperar
terras ocupadas." Desde
1992 a organização é chefiada por
Hassan Nasrallah, seu
secretário-geral.