As
"Notas do Subterrâneo" (também traduzido como
"Memórias do Subsolo" ou
"Notas do Subsolo" - em
russo Записки из подполья,
Zapíski iz pódpol'ia) é um pequeno romance de
Fiódor Dostoiévski, publicado em 1864. Esta obra é considerada como a primeira obra
existencialista do mundo . Apresenta-se como um excerto das memórias de um empregado civil aposentado que vive em
São Petersburgo. O livro, com cerca de 150 páginas (a depender da edição) e dividido em duas partes, é realmente muito pequeno quando comparado ao tamanho de outras obras-primas de Dostoiévski. A primeira parte é intitulada "O Subterrâneo", contendo 11 capítulos; a segunda parte, "A Propósito da Neve Derretida", possui 10 capítulos.
Este é um homem amargo, isolado, sem nome (chamado geralmente de
Homem subterrâneo). Este personagem, que não menciona seu nome em nenhum momento, encena na primeira parte do romance um grande solilóquio com a intenção de "comover" de alguma forma seu leitor. Este leitor é de suma importância que seja detectado na leitura, pois o discurso do narrador é "moldado" por seu receptor, dessa forma o seu solilóquio, na verdade, é uma grande evocação de discursos alheios que são parodiados de uma forma zombeteira e às avessas.
A personagem chega a dizer que é um homem mau, ou age como tal, mas que pode ser agradado e visto como uma pessoa de bem. Essa incapacidade de se livrar do peso moral o aflige. Diz que os homens sanguinários eram cultos e inteligentes (reforçando as ideias de Raskolnikov em
Crime e Castigo), e que ele mesmo gostaria muito de encontrar um motivo para dar sentido a sua vida, como os chamados
homens de ação. Ele conclui que "
o melhor é não fazer nada".