O
catarismo (do
grego καϑαρός katharós, "puro") foi um movimento
cristão de
ascetismo extremo na
Europa Ocidental entre os anos de 1100 e 1200, estreitamente ligado aos
bogomilos da
Trácia O movimento foi tão forte no sul da Europa e na Europa Ocidental que a igreja Católica Romana passou a considerá-lo uma séria ameaça à religião ortodoxa. As principais manifestações do catarismo centralizavam-se na cidade de
Albi, motivo pelo qual seus adeptos também receberam o nome de "albigenses".
O catarismo teve suas raízes no movimento
pauliciano na
Armênia e no
Bogomilismo na
Bulgária que teve influências dos seguidores de Paulo. Embora o termo "cátaros" tenha sido usado durante séculos para identificar o movimento, ainda é discutível se o movimento se identificava mesmo com este nome. Em textos cátaros, os termos "homens bons" (
Bons Hommes) ou "bons cristãos" são os termos comuns de auto-identificação. A ideia de dois deuses ou princípios, sendo um bom outro mau, foi fundamental para as crenças dos cátaros. O
Deus bom era o Deus do
Novo Testamento e criador do reino espiritual, em oposição ao Deus mau que muitos cátaros identificavam como Satanás, o criador do mundo físico do
Antigo Testamento. Toda a matéria visível foi criado por Satanás, e portanto foi contaminada com o pecado, isto incluía o corpo humano. Esse conceito é oposto à Igreja Católica monoteísta, cujo princípio fundamental é que há somente um Deus que criou todas as coisas visíveis e invisíveis. Os cátaros também pensavam que as
almas humanas eram almas sem sexo de
anjos aprisionadas dentro da criação física de Satanás amaldiçoado a ser
reencarnado até os fiéis cátaros alcançarem a salvação por meio de um ritual chamado
Consolamentum. Desde o início de seu reinado, o papa
Inocêncio III tentou usar de
diplomacia para acabar com o catarismo, mas no ano de 1208, seu delegado Pierre de Castelnau foi assassinado quando voltava para
Roma depois de pregar a fé católica no sul da França. Com a opção de enviar
missionários católicos e
juristas extintas, o papa Inocêncio III declarou Pierre de Castelnau um mártir e lançou a
Cruzada dos Albigenses.