Corvo era um dispositivo
militar romano usado pelos navios de guerra durante a
Primeira Guerra Púnica contra
Cartago. Era como uma ponte de cerca de 1,2 m de largura e 10,9 m de comprimento. O dispositivo ficava provavelmente na
proa do navio, onde um sistema de
polias permitia que a ponte fosse levantada e abaixada. Havia uma ponta pesada na forma de um
bico de
pássaro no lado de baixo do dispositivo, daí o nome "
corvo". A ponta foi projetada para perfurar a plataforma do navio inimigo quando o corvo fosse abaixado. Assim o navio inimigo ficava preso ao romano, permitindo que os
legionários invadissem e tomassem a embarcação.
No , Roma não era um poder naval e tinha quase nenhuma experiência na guerra no mar. De fato, antes da Primeira Guerra Púnica, a
República Romana não tinha feito nenhuma campanha fora da
península Itálica. A força militar da república estava na terra, e suas maiores virtudes eram a disciplina e a coragem de seus soldados. O corvo permitiu que usasse seu
exército contra a
marinha superior de Cartago. Com a ajuda do dispositivo, os romanos ganharam diversas batalhas, dentre as quais a de
Milas, Sulci,
Tindaris, e
Ecnomo.
Apesar de suas vantagens, o corvo teve inconvenientes sérios: atualmente se sabe que seu peso na proa comprometia a navegabilidade dos navios. Roma perdeu quase duas frotas inteiras em tempestades em e em , em grande parte devido à instabilidade causada pelo dispositivo. Estas perdas foram provavelmente a razão principal para o abandono do corvo no projeto dos navios no fim da guerra. Enquanto as táticas navais romanas melhoraram e seus grupos se tornaram mais experientes, a vantagem do corvo na batalha não mais compensou o risco envolvido em usá-lo. A Batalha das Ilhas Egadas, que decidiu a Primeira Guerra Púnica foi ganha aparentemente sem o dispositivo, porém uma evolução, chamada
arpax, foi usada na
batalha de Nauloco.