1582 (
MDLXXXII, na
numeração romana) foi o
Ano da Reforma em que entrou em vigor o
calendário perpétuo conhecido como
Calendário gregoriano, porque aprovado pelo
papa Gregório XIII, através da Bula
Inter gravissimas, com o duplo objectivo de (1) corrigir o desfasamento do
calendário juliano em relação à data inicial do
equinócio da primavera e (2) corrigir o cálculo da Páscoa do calendário litúrgico católico, adoptado ao longo da Idade Média. Esta
Reforma do Calendário tinha consequências (1) no calendário civil e (2) no calendário religioso da liturgia católica, mas foram aquelas que mais se destacaram pela anulação de 10 dias, no mês de outubro, a seguir ao dia
4 de outubro, embora não seja a única novidade. Assim o ano de
1582, que seria, normalmente, um
ano comum no
calendário juliano, com 365 dias, com a
letra dominical G, e que teve início numa
segunda-feira, foi em Portugal um ano menor ou incompleto, com apenas 355 dias e, para não interromper a sequência dos dias da semana, com duas
letras dominicais - a
letra dominical G até ao dia
4 de outubro (
quinta-feira), inclusive, e a
letra dominical C a partir do dia
15 de outubro (
sexta-feira), inclusive, e assim terminou numa
sexta-feira.
A correcção fez-se em Portugal na data proposta pelo
Papa Gregório XIII em virtude da lei de
Filipe I de Portugal, assinada em Lisboa, a
20 de setembro do mesmo ano, e nos outros reinos de
Filipe II de Espanha, através de lei semelhante, tornando-se assim uma reforma do calendário com repercussão à escala mundial através da presença de portugueses e espanhóis em territórios em
África, na
Ásia e na
América. Ao longo dos meses, anos e séculos seguintes seria adoptado nos países católicos e depois nos protestantes, e tornar-se-ia progressivamente o calendário universal actualmente em vigor nas relações oficiais entre todos os países.