O
comércio de escravos no Atlântico ou
comércio transatlântico de escravos, também chamado de
tráfico negreiro, ocorreu em todo o
Oceano Atlântico entre os séculos XVI e XIX. A grande maioria dos escravizados que eram transportados para o
Novo Mundo, a maior parte pela rota de
Comércio Triangular, eram membros de povos da
África Ocidental, nas partes central e ocidental do continente, vendidos por outros africanos ocidentais para os comerciantes de escravos da
Europa Ocidental ou capturados diretamente pelos
europeus.
O número de pessoas trazidas foi tão grande que, antes do final do século XVIII, os africanos que vieram por meio do comércio de escravos tornaram-se os mais numerosos
imigrantes do
Velho Mundo tanto no
Norte quanto no
Sul da América. Uma quantidade muito maior de escravos foi levada para a América do Sul em relação ao norte. O sistema econômico do Atlântico Sul era centrado na produção de culturas de
commodities e produtos têxteis para vender na Europa. Aumentar o número de escravos africanos trazidos para o Novo Mundo foi crucial para os países da Europa Ocidental que, nos séculos XVII e XVIII disputavam entre si a criação de
impérios ultramarinos. O comércio de escravos é às vezes chamado de
Maafa por estudiosos
afro-americanos, o que significa "grande desastre" em
suaíli. Outros, como Marimba Ani e Maulana Karenga, usam os termos
Holocausto Africano ou
Holocausto da Escravidão para se referir ao período.
O
Império Português foi o primeiro a se engajar no comércio de escravos para o Novo Mundo no século XVI e outros logo o seguiram. Os donos dos
navios negreiros consideravam os escravos como uma carga que deveria transportada para a América da maneira mais rápida e barata possível, para então serem vendidos para o
trabalho escravo em lavouras de
café,
tabaco,
cacau,
açúcar e
algodão, nas
minas de
ouro e
prata, campos de
arroz, de indústria de construção, corte de madeira e como
empregados domésticos. Os primeiros africanos importados para as
colônias inglesas eram classificados como "servos contratados" e também como "aprendizes para toda a vida". Em meados do século XVII, a escravidão tinha se consolidado como uma
casta racial; os escravos negros e seus descendentes eram oficialmente uma propriedade de seus proprietários e as crianças nascidas de mães escravas também eram consideradas escravas. Enquanto uma propriedade, as pessoas eram consideradas um tipo de mercadoria ou unidades de trabalho e eram vendidas em mercados populares, ao lado de outros produtos e serviços.