Hugo Chávez Frías GColIH (
Sabaneta,
28 de julho de
1954 Caracas,
5 de março de
2013) foi um
político e
militar venezuelano, tendo sido o
56.º presidente da Venezuela, governando por 14 anos desde 1999 até sua morte em 2013. Líder da
Revolução Bolivariana, Chávez advogava a doutrina
bolivarianista, promovendo o que denominava de
socialismo do século XXI. Chávez foi também um crítico do
neoliberalismo e da
política externa dos Estados Unidos.Oficial militar de carreira, Chávez fundou o
Movimento Quinta República, da
esquerda política, depois de capitanear um
golpe de estado mal-sucedido contra o governo de
Carlos Andrés Pérez, em 1992.
Chávez elegeu-se presidente em 1998, encerrando os quarenta anos de vigência do
Pacto de Punto Fijo (firmado em 31 de outubro de 1958, entre os três maiores partidos venezuelanos) com uma campanha centrada no combate à
pobreza. Reelegeu-se, vencendo os pleitos de 2000 e
2006. Com suas políticas de
inclusão social e transferência de renda obteve enorme popularidade em seu país. Durante a era Chávez, a pobreza entre os venezuelanos caiu de 49,4%, em 1999, para 27,8%, em 2010. No plano político interno, Chávez fundiu os vários partidos de esquerda no
PSUV. Fortaleceu os
movimentos e as organizações populares, estabelecendo uma forte aliança com as classes mais pobres. Nas várias eleições, realizadas ao longo de aproximadamente 15 anos, a oposição foi derrotada. Inconformados, os adversários de Chávez promoveram um golpe de Estado, no início de 2002, com apoio do governo dos Estados Unidos. Apesar de o governo norte-americano ter usado de sua influência para obter o reconhecimento imediato do novo governo, a comunidade internacional – inclusive o Brasil, então governado por
Fernando Henrique Cardoso – condenou o golpe. Chávez acabou voltando ao poder três dias depois. No final do mesmo ano, mediante um
referendo revocatório, a população foi chamada a opinar sobre sua permanência na presidência. Chávez venceu o referendo sem dificuldade, ampliando assim a sua base política de apoio.
Inconformados, os lideres da oposição boicotaram as eleições parlamentares, no sentido de deslegitimar os eleitos e, assim, os futuros atos do Poder Legislativo. Essa manobra não teve o resultado esperado e acabou por dar a Chávez uma tranquila maioria no parlamento. Apesar de se ter afastado da vida parlamentar por decisão própria, a oposição passou, então, a acusar Chávez de monopolizar o poder - já que tinha de fato a maioria na
Assembleia Nacional - e de nomear aliados para o Supremo Tribunal de Justiça. Além disso, a oposição também criticava o controle do Banco Central e da
indústria petrolífera do país pela Presidência da República . Alguns também acusavam Chávez de perseguir adversários políticos e de pretender instaurar de uma
ditadura do proletariado na Venezuela. Já no plano externo, Chávez notabilizou-se por adotar uma retórica
anti-imperialista,
antiamericana e
anticapitalista. Apoiou a autossuficiência econômica, defendeu a
integração latino-americana, a
cooperação entre as nações pobres do mundo e protagonizou a criação da
UNASUL, da
ALBA, do
Banco do Sul e da rede de televisão
TeleSUR, além de dar apoio financeiro e
logístico a países aliados. Segundo o
governo Bush, Chávez era uma ameaça à estabilidade da América Latina. Observadores internacionais, como
Jimmy Carter e a ONG
Human Rights Watch, criticaram o
autoritarismo do presidente venezuelano, embora Carter tenha ponderado que Chávez trouxe uma transformação necessária ao permitir que parcelas excluídas da população tivessem participação mais equitativa da riqueza nacional. O venezuelano também foi criticado por adotar, após o malogrado golpe de 2002, "políticas que minaram os
direitos humanos" no país.