A
lira é um
instrumento de cordas conhecido pela sua vasta utilização durante a
antiguidade. As récitas poéticas dos
antigos gregos eram acompanhados pelo seu som, ainda que o instrumento não tivesse origem helênica. O gênero de instrumento a que pertence a lira terá tido o seu alvorecer na
Ásia, inferindo-se que terá entrado na
Grécia através da
Trácia ou da
Lídia. Enquanto que os primeiros intérpretes, heróicos, e aqueles a quem se reconhecem melhoramentos no instrumento eram das colônias da
Iónia, da
Eólia ou da costa adjacente ao império Lídio, os mestres propostos pela mitologia grega eram Trácios:
Orfeu, Museu e Tamíris.
A estrutura de uma lira consiste num oco - caixa de ressonância - do qual partem, verticalmente, dois braços (montantes), que, por vezes, também são ocos. Junto ao topo, os braços ficam ligados a uma barra - o jugo - que liga as cordas até outra saliência de madeira transversal - o cavalete - disposta junto à caixa de ressonância e que lhe transmite as vibrações das cordas. As cordas são percutidas com a ajuda de um plectro. O número de cordas variava, geralmente entre seis e oito.