Manto é a camada da estrutura da
Terra (e dos outros planetas de composição similar) que fica diretamente abaixo da
crosta/crusta prolongando-se em profundidade até ao limite exterior do
núcleo. O manto terrestre estende-se desde cerca de 30 km de profundidade (podendo ser bastante menos nas zonas oceânicas) até aos 2 900 km abaixo da superfície (transição para o núcleo). A diferenciação do manto iniciou-se há cerca de 3 800 milhões de anos, quando a segregação gravimétrica dos componentes do proto-planeta Terra produziram a actual estratificação. A pressão na parte inferior do manto atinge mais de 140 G
Pa (equivalente a 1 400 000 atmosferas). O manto difere marcadamente da
crosta pelas suas características de composição química e de comportamento mecânico, o que se traduz pela existência de uma clara alteração súbita (uma
descontinuidade) nas propriedades físicas dos materiais, que ficou conhecida por
descontinuidade de Mohorovicic, ou simplesmente
Moho, em homenagem a
Andrija Mohorovicic, o geofísico que a descobriu. Esta descontinuidade marca a fronteira entre a crosta e o manto.
Em tempos pensou-se que a
Moho representava a fronteira entre a estrutura rígida da crosta e a zona mais plástica do manto, sendo a zona onde o movimento relativo entre as placas da
litosfera rígida e a
astenosfera plástica ocorreria. Contudo, estudos recentes demonstram que essa fronteira acontece muito abaixo, em pleno manto superior, a profundidades da ordem dos 70 km sob crusta oceânica e de 150 km sob a crosta continental. Assim, o manto imediatamente abaixo da crusta é composto por material relativamente frio (aprox.100º
C), rígido e fundido com a crusta, apesar de estar dela separado pela Moho. Tal demonstra que a Moho é na realidade uma descontinuidade composicional e não uma zona de separação dinâmica.