No
Reino de Portugal nasceu logo na sua origem, no tempo do seu primeiro rei, e só foi interrompida pela primeira vez na
dinastia filipina, como se refere
Alfredo Pimenta, para ser recomeçada em
1640. Nessa altura inclusive, segundo
António Sardinha, foi o seu ponto alto que aconteceu no período da
Restauração da Independência de Portugal, não fosse ela alicerçada por um dos seus principais mentores senão o principal, o
conjurado João Pinto Ribeiro, que proclamava que a
monarquia vale “
por virtude própria, independentemente da figura que a encarna”, afastando-se assim do absolutismo que só surge um século mais tarde em
Portugal com a governação de D.
José I, nas mãos de
Marquês de Pombal.
Na monarquia sob uma égide tradicional o
rei reina e governa, mas tem seu poder limitado pelas
assembleias - nomeadamente as
cortes, as
agremiações profissionais e o
municipalismo - constituídas pelos representantes dos corpos intermediários, dos grupos naturais componentes da
Comunidade, às quais cabe a administração dos negócios do
Estado. Pode assim ser vista como uma
monarquia de regime misto, ou
monarquia temperada, aquela que em que a autoridade do
monarca é limitada de outro ou outros poderes, tida por
São Tomás de Aquino como a melhor dentre as formas de
governo. E como é aquele
regime político em que há a preocupação em que a
sociedade se veja melhor representada é igualmente denominada
monarquia representativa e como tal deve ser também vista como uma
monarquia hereditária, nesse aspecto, como quase todas o são.