Wikipédia em português - A enciclop...
Abaixe este dicionário
A Águia
A Águia foi uma revista bimensal, e depois mensal, de literatura, arte, ciência, filosofia e crítica social, que se publicou no Porto, entre 1910 e 1932, como órgão do movimento de acção sócio-cultural autodenominado a Renascença Portuguesa. O período mais fecundo da revista correspondeu aos anos de 1912 a 1916, quando o movimento renascentista estava no seu auge e se publicou a segunda série das quatro distintas que se podem distinguir ao longo da vida daquele periódico. Apesar de ter tido vários directores, a maior parte dos números foi publicada sob a orientação de Teixeira de Pascoaes, considerado o seu vulto máximo e teorizador do saudosismo metafísico que inspirou boa parte da produção literária ali publicada. A revista tinha a particularidade de apenas aceitar para publicação material inédito em Portugal.

A revista iniciou a sua publicação em Dezembro de 1910 descrevendo-se como quinzenal ilustrada de literatura e crítica, tendo como director e proprietário Álvaro Pinto. A partir de 1912 passou a ser propriedade da Renascença Portuguesa, descrevendo-se como seu órgão, e tendo como director Tércio de Miranda. Ao longo do período de 1912 a 1932 foram também directores: Teixeira de Pascoaes, António CarneiroLeonardo Coimbra, Teixeira Rego, Hernâni CidadeAdolfo Casais MonteiroSant'Anna DionísioAarão de Lacerda e Delfim Santos.

A revista exerceu uma profunda influência estética e ideológica sobre boa parte da intelectualidade portuguesa do primeiro quartel do século XX, congregando sob o ideal comum do nacionalismo literário diferentes tendências. No entanto, nela publicaram também os adeptos de um programa renascentista concorrente do de Pascoaes, programa de feição mais cosmopolita e racionalista e cujas figuras maiores serão talvez Raul Proença e António Sérgio (que depois, junto com Jaime CortesãoRaul Brandão e Augusto Casimiro estarão na década de 1920 juntos na Seara Nova); o diferendo programático traduziu-se na famosa polémica entre Sérgio e Pascoaes em torno do saudosismo, e sua relevância para a reforma de mentalidades. Nela publicaram intelectuais de formação tão diversa como Teixeira de Pascoaes e Leonardo Coimbra, cultores do sobre-realismo e do saudosismo, o simbolista Mário Beirão, os neo-garretanos Afonso Lopes VieiraAntónio Correia de Oliveira, António Sérgio, Jaime Cortesão e Augusto Casimiro. Estes últimos dois abandonariam o grupo para fundar a Seara Nova, continuando ali a sua intervenção cultural.


Veja mais na Wikipédia.org...


© Esse artigo usa material da Wikipédia® sob a licença Licença GNU de Documentação Livre e sob nos termos da licença Creative Commons Attribution-ShareAlike