Afonso de Albuquerque é reconhecido como um génio militar pelo sucesso da sua estratégia de expansão: procurou fechar todas as passagens navais para o Índico – no
Atlântico,
Mar Vermelho,
Golfo Pérsico e
oceano Pacífico – construindo uma cadeia de fortalezas em pontos chave para transformar este oceano num
mare clausum português, sobrepondo-se ao poder dos otomanos, árabes e seus aliados hindus.
Destacou-se tanto pela ferocidade em batalha como pelos muitos contactos diplomáticos que estabeleceu. Nomeado governador após uma longa carreira militar no Norte de África, em apenas seis anos – os últimos da sua vida – com uma força nunca superior a quatro mil homens sucedeu a estabelecer a capital do
Estado Português da Índia em
Goa; conquistar
Malaca, ponto mais oriental do comércio Índico; chegar às ambicionadas "Ilhas das especiarias", as
ilhas Molucas; dominar
Ormuz, entrada do Golfo Pérsico; e estabelecer contactos diplomáticos com numerosos reinos da Índia,
Etiópia,
Reino do Sião,
Pérsia e até a
China.
Áden seria o único ponto estratégico cujo domínio falhou, embora tenha liderado a primeira frota europeia a navegar no Mar Vermelho, a montante do estreito
Bab-el-Mandeb. Pouco antes da sua morte foi agraciado com o título de
vice-rei e "
Duque de Goa" pelo Rei
D. Manuel I, que nunca usufruiu, no que foi o primeiro português a receber um título de além-mar e o primeiro duque nascido fora da família real. Foi o segundo europeu a fundar uma cidade na Ásia, o primeiro foi Alexandre o Grande.