Abū ʿAlī al-Manṣūr Tāriqu l-Ḥākim, chamado de
al-Ḥākim bi-Amr Allāh (; literalmente "Governante por comando de Deus [Alá]") ou somente de
al-Hakim, foi o sexto
califa fatímida e o décimo-sexto
imam ismaelita, governando entre 996 e 1021. Al-Hakim foi o primeiro governante da dinastia dos fatímidas que nasceu no
Egito. Era filho do seu antecessor, o califa
al-Aziz. Foi proclamado herdeiro em 993, após a morte do seu irmão mais velho Muhammad e sucedeu ao pai em 996 quando tinha apenas onze anos, com o poder de fato nas mãos de seu
vizir Barjawan até ao ano 1000.
Al-Hakim é uma figura importante para diversas denominações
xiitas ismaelitas do
islão, como os 15 milhões de
nizaris e, em particular, para os 2 milhões de
drusos residentes no
Levante cujo fundador,
Ad-Darazi, proclamou-o como uma encarnação de Deus (
Alá) em 1018. Na literatura ocidental ele é geralmente chamado de "o califa louco", primordialmente por causa da dessecração fatímida de
Jerusalém em 1009, embora alguns acadêmicos (como Willi Frischauer e Heinz Halm) contestem esse epíteto considerando-o parcial.
As histórias sobre al-Hakim são controversas, pois existem diversos pontos de vista a respeito de sua vida e seu legado. O historiador Paul Walker escreve:
"No final, ambos os pontos de vista sobre ele, o do tirano louco e despótico dado a matanças irracionais dos que estavam à sua volta; e o governante supremo ideal, escolhido e ordenado por Deus e cujas ações são justas e piedosas; persistiram, a primeira entre seus inimigos e entre os que se rebelaram contra ele, a outra nos corações dos verdadeiros fiéis que, ainda que perplexos por suas ações, ainda assim permaneceram avidamente fiéis a ele até o final".