Cabralismo é a designação pela qual ficou conhecido o período, de
1842 a
1846, em que
António Bernardo da Costa Cabral dominou a política portuguesa. O
cabralismo caracterizou-se pela adopção da doutrina constitucional contida na restaurada
Carta Constitucional de 1826, tomada como um dogma a respeitar escrupulosamente, permitindo assim criar um enquadramento estável que foi explorado pelo governo. Este caracterizou-se por ser um executivo forte, decididamente apoiado pelos poderes régios consignados na Carta, com relevo para o
poder moderador investido na soberana.
Com o apoio expresso da rainha D.
Maria II, de quem
Costa Cabral era considerado um valido, a frente parlamentar do governo era assegurada por uma maioria obediente, congregada num partido exclusivista e apostado em manter, contra as investidas da esquerda e os restos do miguelismo, a ordem julgada necessária ao desenvolvimento do país.
Uma das primeiras reformas do
cabralismo foi a centralização administrativa, aprovando o Código Administrativo de 1842. Seguiu-se a reforma das Guardas Nacionais, um dos factores de instabilidade anteriores, o retomar de relações com a
Santa Sé e o controlo da dívida externa e do défice governamental.