O
entrelaçamento quântico (ou
emaranhamento quântico, como é mais conhecido na comunidade científica) é um fenômeno da
mecânica quântica que permite que
dois ou mais objetos estejam de alguma forma tão ligados que um objeto não possa ser corretamente descrito sem que a sua contra-parte seja mencionada - mesmo que os objetos possam estar espacialmente separados por milhões de anos-luz. Isso leva a correlações muito fortes entre as propriedades físicas observáveis das diversas partículas subatômicas.
Essas fortes correlações fazem com que as medidas realizadas numa delas pareçam estar a influenciar instantaneamente à outra com a qual ficou entrelaçada, e sugerem que alguma influência estaria a propagar-se instantaneamente, apesar da separação entre eles. Mas o entrelaçamento quântico não permite a transmissão a uma velocidade superior à da
velocidade da luz, porque nenhuma informação útil pode ser transmitida desse modo. Só é possível a transmissão de informação usando um conjunto de estados entrelaçados em conjugação com um canal de informação clássico - aquilo a que se chama o
teletransporte quântico. Isto dá a entender que tudo está conectado por "
forças" que não vemos e que permanecem no
tempo, ou estão fora do sistema que denominamos, entendemos ou concebemos como sistema temporal.
O entrelaçamento quântico é a base para tecnologias emergentes, tais como
computação quântica,
criptografia quântica e tem sido usado para experiências como o
teletransporte quântico. Ao mesmo tempo, isto produz alguns dos aspectos teóricos e
filosóficos mais perturbadores da teoria, já que as correlações previstas pela mecânica quântica são inconsistentes com o princípio intuitivo do realismo local, que diz que cada partícula deve ter um estado bem definido, sem que seja necessário fazer referência a outros sistemas distantes. Os diferentes enfoques sobre o que está a acontecer no processo do entrelaçamento quântico dão origem a diferentes interpretações da mecânica quântica.