Erich von Manstein (
Berlim, 24 de Novembro de 1887 – Irschenhausen, 9 de Junho de 1973) foi um dos comandantes mais destacados da
Wehrmacht, a força armada da
Alemanha Nazi durante a
Segunda Guerra Mundial. Von Manstein ascendeu ao posto de
Generalfeldmarschall (marechal-de-campo), e era visto como um dos melhores estrategistas militares, e um dos melhores comandantes no terreno, da Alemanha.
Nascido numa família aristocrata da
Prússia, com uma vasta tradição militar, Manstein entrou na vida militar ainda jovem, e prestou serviço em várias frentes na
Primeira Guerra Mundial. No final da guerra, estava no posto de capitão e, no período entre guerras, participou na reconstrução das forças armadas alemãs. Durante a
invasão da Polónia, o início da Segunda Guerra, era o chefe do Estado-maior do Grupo do Exército do Sul de
Gerd von Rundstedt. Foi um dos planeadores da
Fall Gelb, uma ofensiva através das
Ardenas durante a
invasão da França em 1940. No posto de
general, no final da campanha, participou na
invasão da União Soviética e no
Cerco de Sebastopol, sendo promovido a marechal-de-campo em Agosto de 1942. O sentido auspicioso da guerra para a Alemanha começou a mudar depois da desastrosa
Batalha de Estalingrado, onde Manstein comandou uma operação de substituição fracassada. Foi um dos principais comandantes na
Batalha de Kursk, uma das últimas grandes batalhas da guerra, e uma das maiores batalhas da história. A sua discórdia face a
Adolf Hitler em relação ao rumo da guerra, valeu-lhe a sua dispensa em Março de 1944. Nunca mais lhe foi atribuído um novo comando, e foi detido pelos britânicos em Agosto de 1945, vários meses após a derrota alemã.
Manstein testemunhou nos
Julgamentos de Nuremberg em Agosto de 1946, e preparou um documento que, juntamente com as suas memórias, ajudou na contribuição para o mito de uma "Wehrmacht limpa"—o mito de que as forças armadas alemãs não foram culpadas pelas atrocidades do
Holocausto. Em 1949, foi julgado em
Hamburgo por crimes de guerra, e condenado a nove de 17 acusações, incluindo maus-tratos a prisioneiros de guerra e a não ter garantido a protecção de vidas civis na sua área de operações. A sua condenação a 18 anos de prisão foi, mais tarde, reduzida para 12, e, na prática, passou apenas quatro anos detido, sendo libertado em 1953. Como conselheiro militar do governo da
Alemanha Ocidental em meados da década de 1950, ajudou ao restabelecimento das forças armadas. As suas memórias,
Verlorene Siege (1955), traduzidas para inglês como
Lost Victories (
Vitórias Perdidas), foram muito críticas ao estilo de liderança de Hitler, e focavam-se, estritamente, nos aspectos militares da guerra, ignorando o contexto ético e político. Manstein morreu em Munique em 1973.