O
Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela é uma das mais tradicionais e conhecidas
escolas de samba da cidade
brasileira do
Rio de Janeiro. É carinhosamente chamada de "A Majestade do Samba" e forma, juntamente com a
Deixa Falar e a
Mangueira, a tríade das escolas fundadoras do
carnaval carioca. Foi fundada oficialmente como um
bloco carnavalesco, chamado Conjunto Oswaldo Cruz, em
11 de abril de
1923, no bairro de
Oswaldo Cruz. Embora haja estudiosos que acreditam que a escola tenha sido fundada em
1926, o ano oficial de fundação é
1923, mesmo ano de criação do bloco "Baianinhas de Oswaldo Cruz", que já continha o embrião da primeira diretoria portelense, com
Paulo da Portela,
Alcides Dias Lopes (mais conhecido como "Malandro Histórico"),
Heitor dos Prazeres, Antônio Caetano,
Antônio Rufino, Manuel Bam Bam Bam,
Natalino José do Nascimento (o "seu Natal"), Candinho e Cláudio Manuel. Mudou de nome por duas vezes - "Quem Nos Faz É O Capricho" e "Vai Como Pode" -, até assumir definitivamente a denominação Portela, em meados da
década de 1930.
Ao longo das primeiras décadas do carnaval carioca, a Portela tornou-se uma das principais escolas de samba do Rio de Janeiro, compondo um quarteto de grandes ao lado de
Mangueira,
Acadêmicos do Salgueiro e
Império Serrano. Adotando como símbolo a
águia e as cores
azul e
branco, a Portela conquistou 21 títulos do carnaval, marca imbatível até hoje. Essa marca inclui um heptacampeonato e um tetracampeonato, respectivamente entre 1941-1947 e 1957-1960. A escola de samba é responsável por algumas inovações nos desfiles de carnaval. Por exemplo, em
1935, foi a primeira escola a introduzir uma alegoria - um globo terrestre idealizado por Antônio Caetano. No carnaval de
1939 apresentou aquele que é considerado o primeiro
samba de enredo, além de levar ao desfile fantasias totalmente enquadradas ao enredo. Também introduziu a
comissão de frente e, mais tarde, a primeira escola a uniformizá-la.
Além da relevância para o carnaval carioca, a Portela firmou-se como um dos grandes celeiros de grandes compositores do
samba, comprovado por sua ativa e tradicional Velha Guarda. Entre bambas portelenses ao longo de sua história, destacam-se além dos fundadores
Paulo da Portela e
Antônio Rufino, os sambistas
Aniceto da Portela,
Mijinha,
Manacéa,
Argemiro,
Alberto Lonato,
Chico Santana,
Casquinha,
Alcides Dias Lopes,
Alvaiade,
Colombo,
Picolino,
Candeia,
Waldir 59,
Zé Ketti,
Wilson Moreira,
Monarco,
Noca da Portela,
Paulinho da Viola, entre outros - sem deixar de mencionar de importantes instrumentistas, como
Jair do Cavaquinho e
Jorge do Violão, a Portela tem uma participação importante na vida cultural do Rio de Janeiro. Prova desse reconhecimento foi a escola ser agraciada, em
2001, com a
Ordem do Mérito Cultural.