A obra cobre todo o mundo conhecido pelos gregos e pelos
romanos da altura. Apresenta uma constante defesa do poeta
Homero como fonte geográfica, não levando em conta escritores mais recentes, como
Heródoto, que normalmente testemunhavam o que reportavam; uma preocupação normalmente argumentativa e crítica em relação a estes outros escritores; e com uma atitude
a priori em relação aos factos, tipicamente grega, fazendo-a derivar do puro exercício da razão. No entanto, esta argumentação, que por vezes é criticada, oferecem aos académicos modernos uma informação histórica valiosa nos métodos de geografia antiga e no conhecimento de geógrafos mais antigos que de outra forma não teríamos conhecimento.
Cerca de trinta manuscritos da Geografia ou de suas partes sobreviveram, quase todas cópias medievais de outras cópias, mas há fragmentos de rolos de
papiro que foram provavelmente copiados à volta dos anos 100 a 300 d.C. Os académicos têm buscado por mais de um século e meio produzir uma versão o mais próxima possível ao que Estrabão escreveu. Uma destas tentativas tem vindo a ser publicada desde 2002, aparecendo a um rácio de um volume por ano.