Por volta do ano 1000, os
índios tapuias que habitavam a região do atual município de Salvador foram expulsos para o interior do continente por povos
tupis procedentes da
Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos tupis, os
tupinambás. Em
1500, a
Baía de Todos-os-Santos foi descoberta e nomeada pelos portugueses. Em
1501, um ano após a chegada da frota de
Pedro Álvares Cabral em
Porto Seguro,
Gaspar de Lemos chegou à Baía de Todos os Santos e percorreu o atual litoral baiano. Em 1510, ocorreu o
naufrágio de um navio
francês perto do bairro de
Rio Vermelho. De sua tripulação, fazia parte o português Diogo Álvares, o
Caramuru, que viria a exercer um importante papel como mediador das relações entre os navegadores europeus e os nativos tupinambás. O primeiro homem europeu a desembarcar no Morro de São Paulo foi
Martim Afonso de Sousa, em
1531, liderando uma expedição para explorar a costa do continente. Em
1534, foi fundada a
capela em louvor à
Nossa Senhora da Graça, porque ali viviam
Diogo Álvares e sua esposa,
Catarina Paraguaçu. Nesse mesmo ano,
Francisco Pereira Coutinho fundou uma cidade no distrito da
Barra. A cidade viria a ser chamada, posteriormente, de
Vila Velha.
Em
1536, chegou, na região, o primeiro
donatário português, Francisco Pereira Coutinho, que recebeu capitania hereditária de El-Rei
dom João III. Fundou o
Arraial do Pereira, nas imediações onde hoje está a Ladeira da Barra. Esse
arraial, doze anos depois, na época da fundação da cidade, foi chamado de
Vila Velha. Os índios não gostavam de Pereira Coutinho por causa de sua crueldade e arrogância no trato. Por isso, aconteceram diversas
revoltas indígenas enquanto ele esteve na
vila. Uma delas obrigou-o a refugiar-se em
Porto Seguro, com Diogo Álvares; na volta, já na
Baía de Todos os Santos, enfrentando forte
tormenta, o barco, à deriva, chegou à
praia de
Itaparica. Nessa, os índios fizeram-no prisioneiro, mas deram liberdade a Caramuru.
Francisco Pereira Coutinho foi retalhado e servido numa festa antropofágica.
Em
29 de março de
1549, uma frota de colonos portugueses chegou, pela Ponta do Padrão, chefiada por
Tomé de Sousa e comitiva, em seis embarcações: três naus, duas caravelas e um bergantim, com ordens do rei de
Portugal de fundar uma cidade-fortaleza chamada "do São Salvador". Nasceu, assim, a cidade de
Salvador, já cidade, já capital, sem nunca ter sido província, e foi por muitos anos a maior cidade das
Américas e rapidamente se tornou o principal e importante centro da indústria de açúcar e do comércio de escravos. Salvador se tornou o principal ponto de entrada para muitos colonos
holandeses e
judeus. Foi durante os
séculos XVII e
XIX que a maioria dos judeus migraram para a Bahia, espalhando sua cultura ao longo de suas colônias e além (a primeira
sinagoga na América, a Sinagoga Kahal Zur Israel, foi erguida nas proximidades de
Recife em 1636).