Isorritmia (do
Grego que significa "o mesmo ritmo") é uma
técnica musical que combina uma sequência fixa de
notas com uma sequência
rítmica. Consiste numa ordem de durações ou ritmos, chamada
Talea (plural
taleae), que é repetida durante uma
melodia de
Tenor em que as notas ou séries, chamadas de
color (repetição), variam em número de membros a partir da talea. O termo foi cunhado em 1904 por Friedrich Ludwig para descrever esta prática nos
motetos polifónicos dos
séculos XIV e
XV mas é também usado nos motetos da
Idade Média, na
música da Índia e por compositores modernos, tais como,
Alban Berg,
Oliver Messiaen e
John Cage. Pode ser usado em todas as
vozes ou em apenas algumas delas. Em motetos, começou com a voz do Tenor mas foi depois estendida a vozes superiores.
O compositor
Philippe de Vitry da
Ars Nova foi apontado como o inventor desta técnica, mas "não foi uma invenção de Philippe de Vitry nem sua exclusiva propriedade nos início do século XIV." As construções isorritmicas eram normalmente variadas entre o uso de ritmos fixos ou livres na repetição das color. (Hoppin 1978, p.363)
A Talea nos primórdios das composições isorrítmicas era usualmente uma pequena sequência de poucas notas, correspondendo, normalmente, a um modo rítmico. No decorrer do século XIV, as Taleae tornaram-se muito mais longas e elaboradas e eram usadas para estruturar trabalhos de dimensões muito maiores, onde cada color e talea constituíam uma secção estrutural substancial da composição medindo vários compassos. Por volta de 1400, a técnica de diminuição de moteto tornou-se comum: um longo color do tenor era repetido várias vezes de acordo com diferentes regras de mensuração, tornando a sua execução cada vez mais rápida de forma proporcional. Esta tecnica era ainda muito usada nos motets cerimoniais de larga escala de
Guillaume Dufay nos meados do século XV, mas o seu trabalho marca também o uso extensivo de estilos polifônicos mais fluidos do início da renascença. O moteto de Dufay,
Nuper Rosarum Flores, escrito para a inauguração da nova cúpula da
Catedral de Florença em 1436, conhecida como a última grande composição de um moteto isorrítmico.