João da Gama Filgueiras Lima (
Rio de Janeiro,
10 de janeiro de
1932 —
Salvador,
21 de maio de
2014) foi um
arquiteto brasileiro cuja obra é reconhecida especialmente pelo conjunto de projetos que desenvolveu junto à
Rede Sarah de hospitais. A maior parte das obras dele encontra-se fora do eixo Rio de Janeiro-
São Paulo (regiões tradicionalmente abordadas pela crítica e pela historiografia da arquitetura nacional), especialmente nos estados da
região Nordeste do país e em
Brasília, cuja construção acompanhou. Apesar de ter nascido, crescido e se formado no Rio de Janeiro, passou a maior parte da vida adulta em Brasília e em
Salvador. É conhecido popularmente pela alcunha
Lelé.
Formou-se arquiteto pela
Universidade do Brasil (atual
Universidade Federal do Rio de Janeiro-
UFRJ), em
1955 e sob influência de
Oscar Niemeyer e
Nauro Esteves, mudou-se para Brasília ainda recém-formado, em
1957, ano em que foi iniciada a implantação do plano piloto de
Lucio Costa. Neste período, construiu, projetou e colaborou com Oscar Niemeyer na construção da cidade. Trabalhou na
Universidade de Brasília de 1962 a 1965, quando pediu demissão junto com 209 professores e servidores, em protesto contra a repressão na universidade. A necessidade de racionalização na construção de Brasília, despertou em Lelé o interesse na tecnologia de racionalização do uso do
concreto armado, levando-o ao
leste europeu para conhecer as tecnologias de construções pré-fabricadas aplicadas em países como
União Soviética,
Tchecoslováquia e
Polônia, em meados da
década de 1960.
A obra arquitetônica de Lelé caracteriza-se especialmente pela busca da racionalização e da industrialização da arquitetura. Durante sua trajetória chegou a propor métodos e processos de pré-fabricação de elementos construtivos inéditos no país, sendo inclusive dono de uma fábrica de pré-fabricados (a qual não mais existe). A forma como a argamassa armada, em especial, e o
aço foram explorados em sua obra também é fato revelador de tal preocupação.