Joaquim Maria Machado de Assis (
Rio de Janeiro, — Rio de Janeiro, ) foi um
escritor brasileiro, amplamente considerado como o maior nome da
literatura nacional. Escreveu em praticamente todos os
gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Testemunhou a mudança política no país quando a
República substituiu o
Império e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época. Nascido no
Morro do Livramento,
Rio de Janeiro, de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Os biógrafos notam que, interessado pela boemia e pela corte, lutou para subir socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual. Para isso, assumiu diversos cargos públicos, passando pelo
Ministério da Agricultura, do
Comércio e das
Obras Públicas, e conseguindo precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas. Em sua maturidade, reunido a colegas próximos, fundou e foi o primeiro presidente unânime da
Academia Brasileira de Letras.
Sua extensa obra constitui-se de nove romances e peças teatrais, duzentos contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do
Realismo no Brasil, com a publicação de
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Este romance é posto ao lado de todas suas produções posteriores,
Quincas Borba,
Dom Casmurro,
Esaú e Jacó e
Memorial de Aires, ortodoxamente conhecidas como pertencentes a sua segunda fase, em que se notam traços de pessimismo e ironia, embora não haja rompimento de resíduos românticos. Dessa fase, os críticos destacam que suas melhores obras são as da
Trilogia Realista. Sua primeira fase literária é constituída de obras como
Ressurreição,
A Mão e a Luva,
Helena e
Iaiá Garcia, onde notam-se características herdadas do
Romantismo, ou "convencionalismo", como prefere a crítica moderna.
Sua obra foi de fundamental importância para as
escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público. Influenciou grandes nomes das letras, como
Olavo Bilac,
Lima Barreto,
Drummond de Andrade,
John Barth,
Donald Barthelme e outros. Em seu tempo de vida, alcançou relativa fama e prestígio pelo Brasil, contudo não desfrutou de popularidade exterior na época. Hoje em dia, por sua inovação e audácia em temas precoces, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes, de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos, estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Machado de Assis é considerado um dos grandes gênios da
história da literatura, ao lado de autores como
Dante,
Shakespeare e
Camões.