No ano de
1970, acontecem as eleições presidenciais colombianas: inicialmente Rojas Pinilla, da Aliança Nacional Popular (
ANAPO), é considerado provável vencedor. Mas os boletins com os resultados das apurações são suspensos. Em 19 de outubro, é anunciada a vitória do conservador Misael Pastrana Borrero, por 150 mil votos de diferença. A ala mais radical da ANAPO, liderada por Carlos Toledo Plata, conclui ser impossível chegar ao poder pela via eleitoral e funda o
Movimento 19 de abril (
M-19), auxiliado por Maria Eugenia, filha de Rojas Pinilla.
O Movimento 19 de abril (M-19) foi uma organização de
guerrilha urbana, surgida nos anos de 1970, formada por jovens de classe média desiludidos com a
esquerda tradicional. O M-19 transformou-se no principal alvo da ira do Exército Colombiano quando obteve sucesso numa das ações mais ousadas e - humilhantes para os militares - da história da guerrilha urbana da
América Latina: o roubo de 7 mil armas do principal quartel de
Bogotá sem disparar um único tiro. Por meio de um túnel de 80 metros, construído a partir de uma casa em frente ao quartel, o M-19 esvaziou o depósito de armas em dezembro de
1978. No local, foram deixadas pichações de protesto.
A resposta foi fulminante. Em duas semanas, nas maiores operações anti-guerrilha já realizadas, o Exército recuperou a maior parte das armas e prendeu cerca de 200 militantes da organização. No entanto, o M-19 teimava em sobreviver e preparava novas ações de guerrilha. A maior delas ocorreu em
1980, quando um comando ocupou a embaixada da
República Dominicana e tomou 60 reféns, entre eles 15 embaixadores.