A
União Soviética foi o primeiro estado a objetivar a eliminação completa da religião e sua substituição pelo
ateísmo universal. O regime
comunista soviético confiscou propriedades religiosas, promoveu amplamente o ateísmo nas escolas, perseguiu crentes e investiu na ridicularização das religiões. O confisco de bens religiosos apoiou-se principalmente em denúncias de acúmulo ilegal de riqueza.
A grande maioria da população do
Império Russo era, na época da revolução, formada por crentes religiosos, enquanto que os revolucionários tinham como objetivo romper completamente com a crença religiosa e o poder das igrejas. Após a revolução, promoveu-se amplamente a ideia da oposição entre "ciência" e "superstição religiosa". Não havia lugar na nova ordem comunista para a chamada "ficção subjetiva" da espiritualidade religiosa. No entanto, os principais cultos religiosos persistiram e foram tolerados, porém desencorajados e colocados dentro de limites restritos. O
ateísmo de Estado da União Soviética era conhecido como
gosateizm, e era
baseado na ideologia do
marxismo-leninismo. Como o fundador do Estado soviético,
Lênin declarou:
A religião é o ópio do povo; este provérbio de Marx é a pedra angular de toda a ideologia do marxismo a respeito da religião. Todas as religiões e todo o tipo de organização religiosa sempre foram consideradas pelo marxismo como órgãos de reação burguesa, usados para a proteção da exploração e estupefação da classe trabalhadora.
O
ateísmo Marxista-leninista defendeu firmemente o controle, repressão e eliminação da religião. Dentro de cerca de um ano da revolução, o Estado
expropriou todos os bens de igrejas, incluindo os seus edifícios. No período de 1922 a 1926, 28
bispos ortodoxos russos e mais de 1.200
sacerdotes foram mortos. Vários outros foram perseguidos.