Os romances ou
novelas de
cavalaria são de origem
medieval, e constituem uma das manifestações literárias de ficção em prosa mais ricas da literatura
peninsular. Podemos considerá-las, sobretudo as da matéria da Bretanha (ligadas às aventuras da corte do rei Artur e da Távola Redonda), verdadeiros códigos de conduta medieval e cavaleiresca. Costumam agrupar-se em ciclos, isto é, conjuntos de novelas que giram à volta do mesmo assunto movimento as mesmas personagens. De carácter místico e simbólico, relatam aventuras penetradas de espiritualidade
cristã e subordinam-se a um ideal
místico, que sublima o amor profundo.
Na Península Ibérica, surge no século XIV o Amadis de Gaula, atribuído a João de Lobeira, mas cuja autoria é ainda incerta, dado que a primeira versão publicada, mais tardia, é em castelhano. Este romance oferece-nos o paradigma do perfeito cavaleiro, destruidor de monstros e malvados, amador constante e tímido de uma donzela, Oriana, a
Sem Par, que se deixa possuir antes do casamento e está na origem do chamado ciclo de Amadis, um dos de maiores sucessos na literatura peninsular. Este novo desenvolvimento da matéria da Bretanha foi o ponto de partida para uma frondosa ramificação do romance de cavalaria no século XVI, melhorada e ao mesmo tempo ridicularizada por Miguel de Cervantes em
D. Quixote.