A teoria da deriva continental foi apresentada pelo
geólogo e
meteorologista alemão
Alfred Wegener em 1915, com a publicação de sua obra clássica
A Origem dos Continentes e Oceanos (
Die Entstehung der Kontinente und Ozeane). Wegener afirmava que os continentes, hoje separados por oceanos, estiveram unidos numa única massa de terra no passado, por ele denominado de
Pangeia (do grego "toda a Terra"), do Carbonífero superior, há cerca de 300 milhões de anos, ao
Jurássico superior, há cerca de 150 milhões de anos, quando a
Laurásia (atuais
América do Norte e
Eurásia) separou-se do
Gondwana, que depois também dividiu-se, já no Cretáceo inferior.
Muito tempo antes de Wegener, outros cientistas notaram este fato. A ideia da deriva continental surgiu pela primeira vez no final do
século XVI, com o trabalho do
cartógrafo Abraham Ortelius. Na sua obra de
1596,
Thesaurus Geographicus, Ortelius sugeriu que os continentes estiveram unidos no passado. A sua sugestão teve origem apenas na similaridade
geométrica das
costas atuais da
Europa e
África com as costas da
América do Norte e do
Sul; mesmo para os mapas relativamente imperfeitos da época, ficava evidente que havia um bom encaixe entre os
continentes. A ideia, evidentemente, não passou de uma curiosidade que não produziu consequências.
Outro
geógrafo,
Antonio Snider-Pellegrini, utilizou o mesmo método de Ortelius para desenhar o seu mapa, com os continentes encaixados, em
1858. Como nenhuma prova adicional foi apresentada, além da consideração geométrica, a ideia foi novamente esquecida.