O
dimorfismo sexual em primatas é um fenômeno largamente observado e estudado na ordem dos
Primatas. Estudos recentes têm usado a técnica de análise comparativa para examinar a variação e a expressão do dimorfismo sexual em primatas e suas causas fundamentais. Primatas apresentam dimorfismo sexual quanto à
massa corporal, tamanho e forma dos
caninos, pelagem e cor. O dimorfismo sexual em primatas tem sido atribuído a vários fatores:
- Sistema de acasalamento - espécies poligínicas são mais sexualmente dimórficas do que espécies monogâmicas. Também está associado maior investimento gonadal em machos em espécies promíscuas.
- Tamanho - espécies maiores são mais sexualmente dimórficas do que espécies menores.
- Habital - espécies terrestres tendem a ser mais sexualmente dimórficas do que espécies arborícolas. É possível que a competição entre machos em espécies terrestres seja mais dependente do tamanho.
- Dieta - frugívoros, por razões não muito claras, são menos sexualmente dimórficos que folívoros. Provavelmente, a dispersão maior de fêmeas pelo território em espécies frugívoras é causa disso.
- Tampões copulatórios - a presença de tampões copulatórios é negativamente correlacionada ao grau de dimorfismo sexual em primatas, sugerindo que eles são utilizados como uma alternativa à guarda de cópula, reduzindo a pressão seletiva sobre o tamanho e força dos machos em algumas espécies.
Análises comparativas corroboraram a hipótese de
seleção sexual, e geraram um panorama mais completo das relações entre
seleção sexual,
seleção natural e sistemas de acasalamento em primatas. Alguns estudos mostraram que o dimorfismo provem de mudanças tanto em caracteres masculinos, quanto femininos. A
ontogenia dá alguma luz em relação ao surgimento de dimorfismo sexual e padrão de crescimento. Algumas evidências paleontológicas sugerem que houve
convergência evolutiva no dimorfismo, e alguns
hominídeos extintos tiveram provavelmente um dimorfismo sexual maior do que muitos primatas viventes.