Quase todos os agraciados com títulos nobiliárquicos da nobreza do Império do Brasil têm origem
portuguesa. Tendo a nobreza brasileira, geralmente, ascendência na
fidalguia e na baixa e, por vezes, média
nobreza portuguesa. A nobreza do Império do Brasil, no entanto, não tinha nenhum privilégio jurídico específico ou estatuto próprio, diferentemente da nobreza portuguesa e da
nobreza de outros países da
Europa, que gozam ou gozavam juridicamente de privilégios, imunidades e isenções, tendo inclusive um estatuto próprio para os nobres. Especificamente, na nobreza do Império do Brasil não haviam nobres não titulados, diferentemente de alguns países europeus, que têm famílias nobres não tituladas. Portanto, a diferença, no Império do Brasil, entre uma pessoa que tinha um título nobiliárquico, ou descendia de alguém que tivesse um título nobiliárquico, e de outra que não tinha, e não descendia de alguém que tivesse algum título nobiliárquico, era somente o
status e distinção de nobreza. Alguns destes descendiam da nobreza, especialmente da baixa e média nobreza; outros eram descendentes imediatos de nobres titulados, e outros não descendiam de nobres, mas descendiam de líderes políticos, de outras pessoas com cargos importantes e/ou de grandes proprietários rurais, cuja família tinha tradição em determinado local ou região, ou mesmo tinha tradição e importância nacional, como o eram as famílias que ocupavam altos cargos do Império, e que normalmente residiam entre a Corte (a cidade do Rio de Janeiro) e
Petrópolis (nos meses de verão). Haviam também alguns nobres estrangeiros, bem como alguns nobres portugueses, que já viviam no Brasil quando da independência, ou se mudaram e passaram a viver no Império do Brasil.
Há de se observar que os nobres nascidos ou radicados no Brasil até a independência (1822) eram nobres portugueses, pois detinham títulos nobiliárquicos portugueses, haja vista que o Brasil era uma
colônia do
Império Português (ver
Brasil Colônia (1530-1815), e portanto, como todas as outras colônias do Império Português, o seu
soberano era o
Rei de Portugal. Desde o
descobrimento do Brasil em 1500 pelos
portugueses, com a sua colonização ao longo dos séculos sendo majoritariamente portuguesa e
africana (ver
escravidão no Brasil), além dos
índios, que já habitavam o território brasileiro antes do descobrimento pelos europeus; foi se criando a identidade e
nação brasileira, com alguma
imigração de outros povos até então, mas pouca se comparado ao período imperial brasileiro (1822-1889). Com a
transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821), no contexto das
Guerras Napoleônicas (1803-1815), o Brasil seria elevado a condição de
reino unido com Portugal - sua metrópole até então -, em 1815, pelo então
Príncipe Regente,
D. João Maria de Bragança (futuro Rei D. João VI), que era
regente em nome de sua mãe, a Rainha
Dona Maria I. Pela primeira e única vez na história uma colônia passava a sediar uma
corte europeia. E o local escolhido foi a capital do então
Estado do Brasil (1549-1815), a cidade do
Rio de Janeiro.