A
transição vítrea é a transição reversível em materiais
amorfos (ou em regiões amorfas de materiais semi-cristalinos) entre um estado duro e relativamente rígido e um estado mole e "borrachoso" (como um líquido de ultra-alta viscosidade). Um sólido amorfo que exibe uma transição vítrea é dito
vítreo. O processo de super-resfriar um líquido viscoso até o estado vítreo é chamado de vitrificação, do
latim vitreum, "vidro" via
francês vitrifier, "vitrificar".
Apesar de uma mudança profunda nas propriedades físicas de um material quando da sua transição vítrea, esse processo não é uma mudança de fase (como
fusão ou
solidificação), mas sim um fenômeno que se estende ao longo de uma faixa de temperatura definido por uma série de convenções. Tais convenções incluem uma constante de taxa de resfriamento (20 K/min) e um limiar de
viscosidade de 10
12 Pa·s, entre outros parâmetros. Aquecendo-se ou resfriando-se um material no intervalo de temperatura no qual ocorre a transição vítrea, esse material também apresenta uma suave variação no coeficiente de
expansão térmica e no
calor específico, efeito que dependerá do histórico do material (variações de temperatura e/ou pressão ou aplicações de forças às quais o material foi submetido ao longo do tempo). Entretanto, a questão de quando uma transição de fase constitui uma transição vítrea continua sendo estudada.
A
temperatura de transição vítrea,
Tg (do inglês
glass transition temperature), é um valor representativo de aproximadamente metade do intervalo de transição vítrea, e é sempre menor que a temperatura de fusão,
Tm (do inglês
melting temperature) ou
Tf , do material no estado cristalino, se esse existir.