Anaxágoras de (; ca.
500 a.C. —
428 a.C.), filósofo grego do período
pré-socrático. Nascido em Clazômenas, na
Jónia, fundou a primeira escola filosófica de
Atenas, contribuindo para a expansão do pensamento filosófico e científico que era desenvolvido nas cidades gregas da
Ásia. Era protegido de
Péricles que também era seu discípulo. Em
431 a.C. foi acusado de
impiedade e partiu para
Lâmpsaco, uma colônia de
Mileto, também na
Jónia, e lá fundou uma nova escola.
Escreveu um tratado aparentemente pequeno intitulado
Sobre a Natureza ou
Da Natureza, em que tentava conciliar a existência do múltiplo frente à crítica de
Parmênides e sua escola, conhecida como "Eleatas".
Parmênides havia concebido o ser como o princípio absoluto de tudo o que é, identificando o ser com o
Uno imutável.
Anaxágoras propôs, assim como os pluralistas, um princípio que atendesse tanto às exigências teóricas do "ser" imutável, princípio de tudo, quanto à contestação da existência das múltiplas manifestações da realidade. Esse novo princípio, Anaxágoras chamou homeomerias. As homeomerias seriam as sementes que dão origem à realidade em sua pluralidade de manifestações. Afirmava que o
universo se constitui pela ação do
Nous (νοῦς), conceito que geralmente é traduzido por
inteligência. Segundo o filósofo, o
Nous atua sobre uma mistura inicial formada pelas homeomerias, sementes que contém uma porção de cada coisa. Assim, o
Nous, que é ilimitado, autônomo e não misturado com nada mais, age sobre estas sementes ordenando-as e constituindo o mundo sensível. Os fragmentos preservados versam sobre:
cosmologia,
biologia e
percepção. Esta noção de causa inteligente, que estabelece uma finalidade na evolução universal, irá repercutir em filósofos posteriores, como
Platão e
Aristóteles. Influência também exercerá em Leibniz, que aproveitará a idéia de homeomerias.