Anton Pavlovitch Tchecov, (
Taganrog,
29 de janeiro de
1860 —
Badenweiler,
15 de julho de
1904), foi um
médico,
dramaturgo e
escritor russo, considerado um dos maiores
contistas de todos os tempos. Em sua carreira como dramaturgo criou quatro clássicos e seus contos têm sidos aclamados por escritores e críticos. Tchecov foi médico durante a maior parte de sua carreira literária, e em uma de suas cartas ele escreve a respeito: "A medicina é a minha legítima esposa; a literatura é apenas minha amante."
Tchecov renunciou do teatro e deixou de escrever obras teatrais após a péssima recepção de
A Gaivota (em russo: "Чайка") em 1896, mas a obra foi reencenada e aclamada em 1898, interpretada pela companhia
Teatro de Arte de Moscou de
Constantin Stanislavski que interpretaria também
Tio Vânia (Дядя Ваня),
As Três Irmãs (Три сестры) e
O Jardim das Cerejeiras (Вишнëвый сад). Estas quatro obras representam um desafio para os atores, bem como para o público, porque no lugar da atuação convencional Tchecov oferece um "teatro de humores" e uma "vida submersa no texto". Nem todos apreciaram o desafio:
Liev Tolstói disse a Tchecov: "Sabe, eu não consigo tolerar
Shakespeare, mas suas peças são ainda piores". No entanto, Tolstói admirava os contos de Tchecov.
A princípio Tchecov escrevia simplesmente por razões financeiras, mas sua ambição artística cresceu, e ele fez inovações formais que influenciaram na evolução dos contos modernos. Sua originalidade consiste no uso da técnica de
fluxo de consciência, mais tarde adotada por
James Joyce e outros
modernistas, além da rejeição do propósito moral presente na estrutura das obras tradicionais. Ele nunca fez nenhum pedido de desculpas pelas dificuldades impostas aos leitores, insistindo que o papel de um artista era o de fazer perguntas, não o de respondê-las.