Auto-de-fé ou
auto-da-fé refere-se a eventos de
penitência realizados publicamente (ou em espaços reservados para isso) com humilhação de
heréticos e
apóstatas bem como punição aos cristãos-novos pelo não cumprimento ou vigilância da nova
fé lhes outorgada, postos em prática pela
Inquisição, principalmente em
Portugal e
Espanha.
As punições para os condenados pela Inquisição iam da obrigação de envergar um
sambenito (espécie de capa ou tabardo penitencial), passando por ordens de prisão e, finalmente, em jeito de
eufemismo, o condenado era
relaxado à justiça secular, isto é, entregue aos
carrascos da Coroa (poder
secular, em oposição ao poder sagrado do
clero). O estado secular procedia às execuções como punição a uma ofensa herética repetida, em consequência da condenação pelo tribunal religioso. Se os prisioneiros desta categoria continuassem a defender a heresia e repudiar a
Igreja Católica, eram
queimados vivos. Contudo, se mostrassem arrependimento e se decidissem reconciliar com o catolicismo, os carrascos procederiam ao "piedoso" acto de os
estrangular antes de acenderem a pira de lenha.