Autocracia tem o sentido, a partir da análise dos radicais gregos
autos (por si próprio) e
kratos (poder), de poder por si próprio. É uma forma de governo na qual há um único detentor do poder político-estatal, isto é o poder está concentrado em um único governante, podendo ser este um líder, um
comitê, um
partido, uma assembleia, etc. O governante tem controle absoluto em todos os níveis do
Estado. O termo
autocracia tem funcionalidade apenas para descrever a concentração ou a distribuição do controle do poder estatal, não servindo para avaliar a presença ou ausência de legitimidade democrática de um governo. Há, com efeito, a possibilidade de um governo autocrático ascender ao poder via eleições democráticas e mesmo realizar
eleições periodicamente.
Historicamente, refere-se ao
Império Bizantino em que o
imperador se denominava
autocrator, o que significava para ele que o seu poder era supremo, absoluto, ilimitado, irresponsável com relação a qualquer instituição terrestre e dado somente por
Deus. Era um governo total sobre a sociedade porque controlava o domínio temporal, apenas excluindo-se o espiritual, que pertencia a
Igreja, o que não significa que muitas vezes o primeiro não tentou usurpar o segundo. A história do termo prolongou-se após o fim do Império Bizantino com a adoção pela
Rússia da ideologia imperial de Bizâncio. Além de adoptar o título de
tzar (ou 'czar), equivalente russo do
césar latino, adotou também a denominação e substância da autocracia.