Desde a metade do ano, o prédio da
USP estava ocupado por estudantes que estavam em assembleia constantemente. Nos dias 2 e 3 de outubro, o tumulto começou por conta de um pedágio que os alunos da USP, situada no prédio onde antes funcionava a Junta Comercial de São Paulo, cobravam na rua Maria Antônia (o valor serviria para custear o congresso da
União Nacional dos Estudantes, a UNE). Irritados, os alunos do Mackenzie atiraram um ovo podre que atingiu uma aluna da USP que estava no pedágio e por isso, estudantes da USP revidaram com pedras e tijolos. Mackenzistas e uspianos acabaram se enfrentando com rojões, foguetes, coquetéis molotov e tiros .
Na época, o
Brasil passava pelo período do
Governo Militar e os alunos das duas universidades também se diferenciavam pelo posicionamento social e político. A maioria dos alunos da Universidade Mackenzie eram simpatizantes do
regime, sendo alguns deles integrados ao
Comando de Caça aos Comunistas, o CCC, um grupo paramilitar de
direita. Ainda assim, em vários cursos do Mackenzie havia um movimento forte de
esquerda. A grande maioria dos estudantes da USP, por sua vez, era notadamente de esquerda. O campus da USP também atraía alunos de outras universidades e militantes políticos compareciam ao local para participar dos eventos tanto culturais quanto reuniões e discussões sobre liberdade, o regime militar, entre outros assuntos.