Filioque é uma frase encontrada na versão do
Credo niceno-constantinopolitano em uso na
Igreja Latina. Ela não está presente no texto
grego desse credo como formulado originalmente no
Primeiro Concílio de Constantinopla, onde se lê apenas que o
Espírito Santo procede "do
Pai": O texto, na versão latina, fala do Espírito Santo como procedendo "do Pai
e do Filho": Frequentemente diz-se que o primeiro caso conhecido da inserção da palavra
Filioque na versão latina do Credo niceno-constantinopolitano ocorreu no
Terceiro Concílio de Toledo (589) e que a sua inclusão a partir daí se espalhou espontaneamente por todo o
Império dos Francos. No século IX, o
Papa Leão III, ainda que aceitando a doutrina da procedência do Espírito Santo do Pai e do Filho, se opôs à adoção da cláusula
Filioque. Em 1014, porém, o canto do credo - com a
Filioque - foi adotado na celebração da
missa em
Roma.
A inserção foi inspirada pela doutrina, tradicional no Ocidente e encontrada também em Alexandria, que foi declarada dogmaticamente pelo
Papa Leão I em 447, e que é chamada
filioquismo. A esta doutrina opõe-se a doutrina do
monopatrismo, formulada por
Fócio (veja
Cisma de Fócio),
patriarca de Constantinopla, quem manteve que a frase "que procede do Pai" (τὸ ἐκ τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον) do Credo niceno-constantinopolitano deve ser interpretada no sentido de "que procede do Pai
sozinho (τὸ ἐκ
μόνου τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον).